segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Teresa Costa Macedo nega autoria de lista de supostos pedófilos apesar de relatórios contrários

13 de Dezembro, 2010 in Sol


 
A ex-secretária de Estado da Família Teresa Costa Macedo negou hoje em tribunal ter escrito uma lista de alegados membros de uma rede pedófila, apesar de análises da polícia científica considerarem «muito provável» que a tenha redigido.
Só a falta de documentos com «escrita espontânea» da ex-governante para comparar com a letra das anotações impediu as especialistas da polícia científica ouvidas em tribunal de concluir com a máxima certeza que Costa Macedo escreveu os nomes na folha que a jornalista Felícia Cabrita afirma ter recebido da ex-secretária de Estado.
Teresa Costa Macedo, que começou hoje a responder em tribunal por falsidade de testemunho e difamação, negou reiteradamente ter escrito a lista e tê-la entregue à então jornalista da SIC durante a emissão do programa Hora Extra, que analisou em 26 de Novembro de 2002 o escândalo de pedofilia na Casa Pia, revelado no semanário Expresso dias antes.
Felícia Cabrita afirmou ter a certeza de que Teresa Costa Macedo lhe fez chegar a folha durante a emissão em direto do programa.
Durante o julgamento do processo Casa Pia, Teresa Costa Macedo negou a autoria das anotações, o que levou Felícia Cabrita a apresentar a folha em tribunal e decidir apresentar queixa por difamação, argumentando que ao negar ter escrito os nomes, a ex-governante está a sugerir que a jornalista forjou a lista ou tentou simular a sua letra. Na sequência da queixa de Felícia Cabrita, o Ministério Público acusou Teresa Costa Macedo de falsificação de declarações no julgamento do caso Casa Pia.
Duas especialistas do laboratório de polícia científica da Polícia Judiciária ouvidas por videoconferência afirmaram ter considerado «muito provável» que a letra com que foram escritos os nomes seja de Costa Macedo e não de Felícia Cabrita.
Uma classificação de «muitíssimo provável» seria «muito perto da certeza absoluta» mas as peritas afirmaram não a ter atribuído porque as amostras de caligrafia de Teresa Costa Macedo que tiveram para comparar eram «muito desenhadas» e com letras pouco perceptíveis.
Teresa Costa Macedo reiterou que nunca ouviu os nomes que constam na lista, excepto dois arguidos do processo Casa Pia, o embaixador Jorge Ritto e o apresentador de televisão Carlos Cruz, referidos em dois relatórios internos da instituição que possuía, relacionados com o desaparecimento de dois alunos que foram alegadamente encontrados em casa do embaixador.
«Que me lembre, nunca escrevi aqueles nomes», declarou Teresa Costa Macedo, cuja defesa insistiu em que o relatório da polícia científica não dá uma certeza absoluta e argumentou que nas imagens televisivas do programa não há registo de ter passado a folha a Felícia Cabrita, directa ou indirectamente.
A jornalista contrapôs que numa emissão em directo um gesto desses seria «tudo o que não deve ser filmado».
«Continuo sem perceber como é que uma pessoa que se ofereceu para desmascarar uma rede fez um recuo tão grande, que foi cada vez maior. Por alguma razão recuou, mas não faço ideia porquê», salientou a jornalista, afirmando que no primeiro contacto com Teresa Costa Macedo enquanto fazia a sua investigação, esta manifestou «total abertura» para revelar nomes de alegados pedófilos.
O julgamento prossegue na terça-feira no sexto juízo criminal no Campus da Justiça, em Lisboa.


Coitada da Srª. Deve sofrer de Alzheimer...será difícil provar que está a mentir? Só se der jeito.

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